quinta-feira, 25 de abril de 2013

Quem sou eu e o que quero com esse blog?

Sou um geminiano legítimo, nascido na década de 70, dotado de uma mente cartesiana, herança genética dos homens de minha família paterna, que ocupa boa parte de seu tempo tentando conviver, entender e eventualmente domar, uma sensibilidade enorme, irascível e intensa.

Este estado de constante conflito entre meu "eu" racional e meu "eu" emotivo e sensível, já me trouxe muitos problemas, desde conseguir compreender e aceitar as regras tácitas que regem a vida em sociedade, até ser aceito em um mundo que normalmente tem dificuldades de compreender e aceitar quem não segue estes padrões.

Por outro lado, esta mesma dicotomia me permitiu buscar sonhos que jamais pensei que poderiam ser meus. Me fez alçar voos que não sabia ter capacidade de alçar. Me levou a lugares distantes e exóticos que nunca pensei que conheceria. Me ajudou a construir uma carreira profissional que nunca, mas nunca mesmo, pensei que construiría. Me permitiu viver aventuras que nem lendo livros, meus eternos companheiros, vivi. Me trouxe amores intensos que não imaginava ser merecedor. Me apresentou a pessoas, companheiros de viagem e amigos verdadeiros que não achava que teria e, finalmente, me trouxe até aqui, relativamente são e salvo.

Vivi intensamente, a 1000 por hora, sem preocupações, sem freio e sem travas. Entre percalços e  improvisos, reflexões e atos impulsivos, escoriações, machucados, pauladas e carinhos, sobrevivi.

Hoje, próximo dos 40, idade em que o homem normalmente consegue se aceitar, se entender e se perdoar, percebo, pela primeira vez, ter atingido uma paz interior que me permite parar e refletir sobre o caminho que trilhei.

Um caminho árduo, duro, cheio de pedras, espinhos e cacos de vidro mas, ao mesmo tempo, que seguia por uma estrada de tijolos amarelos, cheia de curvas, com vista para o mar, dragões, cavaleiros de armadura e princesas.

Neste blog, usarei e abusarei de minha grande amiga, a palavra escrita, com a qual convivi todos estes anos, compartilhando o leito, os sonhos, os anseios, temores, amores, tristezas, alegrias, derrotas e vitórias.

A palavra escrita, meu refúgio... onde sempre consegui colocar pra fora tudo o que eu sentia, falar o que eu não conseguia falar, escapar do medo paralisante que as vezes me acometia.

Por ter sido minha companheira durante todos estes anos, e por saber que, apesar de nossa relação promíscua, ela, a palavra, nunca me abandonará, resolvi fazer-lhe esta singela homenagem.

Mal escritas linhas nunca conseguirão expressar a importância das palavras para mim.

Mas, como tudo em minha vida, as escreverei mesmo assim.

Agradeço ao meu avô que, quando criança, me incentivava a ler dicionários. Ao meu pai e minha mãe por me apresentarem desde cedo, ao mundo dos livros, que me levava a lugares mágicos e só meus, a minha irmã e minha prima que sempre me incentivaram a organizar meus textos e, claro, a uma pessoa muito especial que me deu um último, pequeno mas deveras importante impulso que fez com que eu finalmente perdesse o medo de partilhar meus textos, antes só meus.

Um grande abraço a quem veio até aqui. Volte sempre. :)

Sem me prolongar mais, apresento-lhes,

Minhas palavras...



5 comentários:

  1. Renato, fantástico seu texto, o uso das palavras, a minúcia das descrições. Amei. Parabéns. Go on and keep me posted, please. :)

    Sofis.

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  2. A sua "palavra escrita" é fantástica! Felizes daqueles que, como você, conseguem trasnformar as tramas do pensamento em palavras- escritas ou faladas.
    Parabéns por mostrar a transparência dessa mente cartesiana, dando vida a todas as histórias que habitam a sua mente.
    Sucesso, geminiano legítimo!!!
    Bjs,
    Fabi.

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