quarta-feira, 15 de maio de 2013

Minha vida e o Palmeiras

Sempre fui fanático por futebol.

Adorava, e continuo gostando, de tudo relacionado ao esporte. Jogar bola na praia, quadra, pebolim, botão, assistir peladas, colecionar figurinhas, ir ao estádio, acompanhar jogos pelo rádio, TV, agora pela internet enfim...

O futebol sempre foi, e desconfio que sempre será, parte de mim, de minha vida além de ter ajudado a moldar o meu caráter.

Nos campos da escola, da rua, do clube, da várzea, você aprende lições de vida que não aprende na lousa nem em aulas teóricas.

Antes que a curiosidade os mate sou Palmeirense.

Virei Palestrino por influência de um tio, já falecido, de quem gostava muito, ex-zagueiro do C.A.T. (Clube Atlético Taquaritinga), Palmeirense fanático, adorava conversar com ele sobre o clube e escutar suas histórias sobre o palestra.

Não poderia deixar de citar também um grande amigo de meu pai, que, quando mudei para São Paulo, me levava à todos os jogos do Palmeiras. Com eles vivi a minha melhor fase como torcedor. Vi grandes jogos e vitórias alviverdes e sedimentei de vez, minha alma palestrina.

Sou Palmeirense daqueles fanáticos. Que acompanha tudo do clube, conhece sua história de cor e salteado desde a fundação, os principais jogadores, todos os títulos, que sabe os números de cada confronto diretos com os maiores rivais, se mete na política alviverde e, finalmente, que vai em tudo quanto é jogo...

Para vocês terem uma ideia, minha própria noção de tempo vem dos títulos e jogos do Palmeiras. Quando me perguntam em que época morei nos Estados Unidos, me vem na cabeça o ano de 2003 e a cena em que saí na rua, cheia de neve, só de bermuda, uns -10 graus negativos lá fora, bêbado, chorando como uma criança, assim que termina o jogo em Garanhuns, em que o Palmeiras selou sua volta a série A.

Não tenho maiores lembranças de 2003, mas esta cena não me sai da memória.

Lembro também de 2002, quando arrebentei uma porta no dia em que o verdão foi rebaixado.

Ou de 1999, quando comemorei na janela de um grande amigo Corinthiano, que havia vencido o campeonato paulista, alguns dias antes do Palmeiras ser campeão da libertadores, cantando sem parar: "O Corinthians é campeão paulista, O Corinthians é campeão paulista".

E , finalmente, de 1993, quando depois de uma fila gigantesca que parecia não ter fim ganhamos o título paulista e vi o pai de um grande amigo, soltando mais de 50 rojões pela janela, entre prantos e sorrisos incessantes sem falar uma palavra, pondo para fora, a sua maneira, toda a angústia de quem viveu os 16 longos anos de fila. A paixão pelo Palmeiras é algo que vem de berço e passa de pai para filho.

Explicar o que é ser Palmeirense a um não Palmeirense é impossível. E a um Palmeirense, desnecessário.

Sou Parmerista, daqueles que se orgulham da história e tradição do time mais vencedor do Brasil no século XX, primeiro século do futebol no país.  Uma história de luta, de um time de "carcamanos" que chegaram no Brasil em busca de uma vida melhor e uma chance de vencer na nova terra que escolheram.

Quando fundaram o Palestra Itália em 1914, aqueles primeiros italianos não tinham ideia do tamanho e da grandeza do que seria o clube, quase 100 anos depois. Hoje, o Palmeiras não é mais um time de colônia. Tem torcedores por todas as partes do globo, em todos os lugares, de todas as cores, de todas as raças, de todas as religiões.

É triste ver a situação atual do Palmeiras. Isso me afeta de várias maneiras. Quando o Palmeiras perde, não consigo trabalhar direito, fico nervoso por qualquer coisa e não consigo me concentrar direito.

Mas se tem algo que aprendi ao longo desses anos, é que tudo passa. As derrotas vem e vão, mas o Palmeiras segue e ressurge imponente quando menos se espera.

Para se conhecer o caminho da glória, é preciso antes, amargar a derrota.

Hoje em dia, apesar de não transparecer mais, me permito algumas pequenas demonstrações de orgulho palestrino. O maior deles, desde sempre, e, provavelmente, para todo o sempre, quando questionado para que time torço assim respondo:

- Não queria me gabar mas, já que você pergunta, sou Palmeirense.

5 comentários:

  1. Belo texto, Renato. Também me vejo celebrando e sofrendo desse jeito. E também acabo pautando os momentos da minha vida com passagens marcantes do nosso Verdão.
    Avanti Palmeiras! Scoppia che la vittoria è nostra!

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  2. OBS: Pq deixou de fora o campeonato paulista de 93? Creio que foi tão marcante, se não mais, do que muitas datas que vc citou... Muito bem comemorada na janela de um grande amigo PALMEIRENSE e seu pai emocionado...

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  3. Agora sim eu posso dizer, bonito texto!!! :)

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